quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O potencial oculto das crianças autistas

O que os testes de inteligência podem mostrar quando se trata de autismo

| Rose Eveleth | Scientific American | 30/11/2011 |


Quando eu estava na quinta série, meu irmão Alex começou a corrigir a minha lição de casa. Isto não teria sido estranho, se ele não estivesse no jardim de infância e fosse autista. Essa desordem, caracterizada por comportamentos repetitivos e dificuldades com a interação social e a comunicação, tornava difícil para ele prestar atenção nos professores. Freqüentemente, era expulso da classe por não ser capaz de se sentar durante mais de alguns segundos de cada vez. Mesmo agora, quase 15 anos depois, ele apenas consegue rabiscar seu nome. Mas ele poderia olhar para minha página com palavras cuidadosamente escritas ou problemas de matemática e apontar quais estavam errados.

Muitos pesquisadores começam a repensar o quanto realmente se sabe sobre as pessoas autistas e suas habilidades e estão chegando à conclusão de que podemos estar subestimando o que são capazes de contribuir para a sociedade. O autismo é um espectro com duas extremidades muito diferentes. Em um extremo está o "alto funcionamento" de pessoas que muitas vezes têm empregos, amigos e podem se dar bem no mundo. Na outra, o "baixo funcionamento", é de pessoas que não conseguem administrar a vida por conta própria. Muitos são diagnosticados com retardo mental e devem ser mantidos sob cuidado constante. Mas esses diagnósticos se concentram no que as pessoas autistas não podem fazer. Agora, um crescente número de cientistas se volta para o que as pessoas autistas têm de bom.

Pesquisadores consideram, há muito tempo, que a maioria das pessoas com autismo são mentalmente retardadas. Embora os números citados variem, geralmente apontam para 70 a 80 por cento da população afetada. Mas quando Meredyth Edelson, pesquisadora da Universidade Willamette, foi buscar a fonte das estatísticas, ficou surpresa por não conseguir encontrar nada definitivo. Muitas das conclusões se baseavam em testes de inteligência, que tendem a superestimar a incapacidade nas pessoas autistas. "Nosso conhecimento é baseado em belos dados ruins ", ela diz.

Este potencial escondido foi recentemente reconhecido por Laurent Mottron, um psicólogo da Universidade de Montreal. Em um artigo publicado em 3 de novembro na revista Nature, ele conta sua própria experiência ao trabalhar com pessoas autistas de alto grau de funcionamento em seu laboratório, o que lhe mostrou o poder do cérebro autista, em vez de suas limitações. Mottron conclui que, talvez, o autismo não seja realmente de todo uma doença, mas talvez apenas uma maneira diferente de olhar o mundo que deve ser valorizada, em vez de vista como patologia.

Tendo crescido com dois irmãos autistas - Alex, quatro anos mais novo que eu, e Decker, que tem oito anos a menos - as conclusão de Mottron me parecem verdadeiras. Como eu os assisti a percorrer as escolas públicas, tornou-se muito claro que havia uma grande diferença entre o que os professores esperavam deles e o que poderiam fazer. Claro, o autismo os limitava de certa forma, o que muitas vezes tornava a escola difícil; no entanto, também parecia lhes dar novas e úteis formas de ver o mundo, o que muitas vezes não aparece nos testes de inteligência normais.

Isso é porque o teste de inteligência em pessoas autistas é difícil. A pessoa média pode se sentar e fazer um teste administrado oralmente, cronometrado, sem grandes problemas. Mas para uma pessoa autista com capacidade de linguagem limitada, que pode facilmente se distrair com informações sensoriais, essa tarefa é muito difícil. O mais comum dos testes de inteligência normalmente administrados, a Escala Wechsler de Inteligência para Crianças (Wechsler Intelligence Scale for Children - WISC) parece quase destinada a reprovar uma pessoa autista: é um teste completamente verbal, cronometrado, que depende fortemente de conhecimento cultural e social. Ele pergunta coisas como "Qual é a coisa a fazer se você encontrar um envelope na rua, que é selado, endereçado e tem um selo colado?" ou "O que fazer se cortar seu dedo?"

Este ano Decker foi reprovado em um teste muito parecido com o WISC. A cada três anos, à medida que avança pelo sistema de ensino público, seu progresso é reavaliado como parte de seu Plano de Educação Individualizada, um conjunto de orientações destinadas a ajudar as pessoas com deficiência a alcançar seu objetivo educacional.

Este ano, como parte do teste, a mulher que lhe aplicava o teste lhe perguntou: "Você descobre que alguém vai se casar. O que é uma questão apropriada para lhes perguntar?"

A resposta do meu irmão: "Que tipo de bolo vocês terão?"

A aplicadora balançou a cabeça. “Não”, ela disse, “isso não é uma resposta correta. Tente novamente”. Ele franziu a testa da maneira que nós aprendemos a ser cautelosos - é a expressão que ele mostra um pouco antes de entrar em colapso e disse: "Eu não tenho outra pergunta. Isso é o que pergunto." E foi isso. Ele não iria dar-lhe outra resposta, e ela não iria avançar sem uma. Ele falhou na questão e nunca terminou o teste.

Um teste não precisa ser assim. Outras medidas, como as Matrizes Progressivas de Raven (Raven's Progressive Matrices) ou o teste de inteligência não-verbal (Test of Nonverbal Intelligence - TONI), evitam essas dificuldades comportamentais e de linguagem. Eles pedem às crianças que completem desenhos e padrões, com instruções não-verbais, na sua maioria. E ainda assim não são usados muitas ve\es.

Uma criança média, seja verbal ou não verbal, vai pontuar o mesmo percentil para estes testes. Mas uma criança autista não. Isabelle Soullieres, pesquisadora da Universidade de Harvard, fez, com um grupo de autistas, tanto o WISC quanto o teste de Raven, para medir a diferença entre os dois grupos. Embora já esperasse uma diferença, ficou surpresa com o quão grande ela foi. Em média, os alunos autistas foram 30 pontos percentuais melhor no teste de Raven do que no WISC. Algumas crianças saltaram 70 pontos percentuais. "Dependendo de qual teste você usa, você tem uma imagem muito diferente do potencial das crianças", diz ela. Outros estudos têm confirmado essa lacuna, embora tenham encontrado uma menor diferença entre os testes.

As crianças autistas de "alto funcionamento", com a versão menos grave da deficiência, não foram as únicas a ter a pontuação mais elevada. Soullieres realizou um estudo recentemente em uma escola para crianças autistas consideradas intelectualmente deficientes. Utilizando o teste de Raven, descobriu que cerca de metade delas pontuavam na faixa média da população em geral. "Para muitos daqueles que são considerados de baixo funcionamento, se lhes forem dados outros testes de inteligência, será encontrado um potencial escondido", diz ela. "Eles podem resolver problemas muito complexos, se você lhes der material com que possam otimizar o processo."

O que isto significa, diz ela, é que as escolas estão subestimando as habilidades de crianças autistas em todas as faixas do espectro. O uso difundido do WISC nas escolas tem ajudado a definir expectativas muito baixas para crianças autistas, assumindo que não serão capazes de aprender as mesmas coisas que a criança média. Com base nos resultados de testes, as pessoas chegam à conclusão de que as crianças autistas não conseguem aprender, quando talvez não aprendam da mesma maneira que as outras pessoas.

O potencial oculto de pessoas autistas parece cair em certas áreas - tarefas que envolvem reconhecimento de padrões, raciocínio lógico e escolha de irregularidades nos dados ou argumentos. Soullieres descreve o trabalho com uma mulher autista em seu laboratório, que pode apontar a menor falha na lógica. "No começo, nós argumentamos com ela", Soullieres ri, "mas quase sempre, ela está certa, e nós, errados."

Reconhecer esses talentos, ao invés de deixá-los de lado para focar as dificuldades do autismo, poderia beneficiar não apenas as pessoas autistas, mas as outras também. Mottron registra quanto sua ciência melhorou quando começou a trabalhar com parceiros de laboratório autistas. Tenho notas muito mais altas no meu dever de casa do que teria sem Alex, apesar de suas correções serem por vezes irritantes. E muitos pensam que seu potencial se estende além da ciência, até as outras profissões, se lhes for dada uma chance.

Só porque um teste diz que alguém tem potencial, isso não significa que é fácil de perceber. Professores de meu irmão Decker estão convencidos, e os testes confirmam - que ele tem um potencial oculto. Mas, na sala de aula, muitas vezes ele se perde ao tentar ouvir instruções e fica frustrado ao tentar acompanhá-los. "Não quer dizer que é fácil na vida cotidiana, ou que é fácil para os pais ou professores", diz Soullieres. "Mas isso mostra que eles têm esse potencial de raciocínio. Talvez tenhamos de começar a ensiná-los de um jeito diferente e parar de supor que não vão aprender."

Mais e mais pessoas estão começando a imaginar que jóias podem estar escondidas no cérebro autista. E, se meus irmãos servem de referência, se continuarmos a olhar, vamos encontrá-las.

The Hidden Potential of Autistic Kids
http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=the-hidden-potential-of-autistic-kids


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MTV é condenada a pagar R$ 40 mil para pais ofendidos com "Casa dos Autistas"

| Midiacon News | 30/11/2011 |

Ana Maria Carvalho Elias Braga e Carlos Braga, pais de dois meninos autistas, Rafael e Renato, ganharam na Justiça de São Paulo o direito à indenização por danos morais pelo Grupo Abril devido à exibição pela MTV, em 22 de março deste ano, do quadro "Casa dos Autistas".

Na atração, parte do humorístico "Comédia MTV", atores simularam trejeitos e urros que foram atribuídos às pessoas com autismo, por três minutos, o que provocou revolta em parte do público.

A síndrome pode causar déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos, mas as manifestações variam de pessoa para pessoa.

O juiz João Omar Marçura, da 24ª Vara Cível da capital, afirmou na decisão que a cena causou "danos gravíssimos aos autistas, seus familiares e pessoas que com eles convivem e os respeitam" e não aceitou o argumento de que as imagens foram exibidas uma vez na TV, pois elas se alastraram pela internet.

A empresa terá de pagar R$ 40 mil à família --o pedido era de R$ 100 mil. "Acima doo valor financeiro, que não era a nossa preocupação, a sentença me lavou a alma. O juiz entendeu a nossa sensação diante da agressão sofrida e marcou a história de lutas por respeito não só dos autistas, mas de vários outros grupos sociais", afirmou Ana.

BABAQUICE
O humorista Paulinho Serra, que estava no quadro "Casa dos Autistas", por sua vez, disse à Folha que "essa perseguição ao humor é uma grande babaquice".

"Tenho medo de ser preso qualquer hora por fazer uma piada no palco", diz ele.

"Sou a favor da reparação, nos reparamos ao vivo dentro do programa do Adnet", que também faz parte do "Comédia" e se desculpou à época pelo Twitter.

Ele lembra que a MTV veiculou na programação esclarecimentos sobre o autismo.

"Fico triste que estejamos no caminho da condenação. Querem prender o Rafinha Bastos por causa de uma piada, execrar o Danilo Gentili, e agora fazem uma emissora de TV pagar uma multa por algo que tenho certeza que não vai mudar nada."

A MTV não se pronunciou oficialmente por não ter sido notificada pela Justiça.

MTV é condenada a pagar R$ 40 mil para pais ofendidos com "Casa dos Autistas"
http://midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=17&id=41736

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Legislação açoriana para intervenção precoce em fase final de elaboração

Durante colóquio sobre “Perturbações de desenvolvimento e autismo”, realizado em Angra do Heroísmo, no Arquipélago dos Açores, Sofia Duarte, Diretora Regional da Saúde informou que a legislação sobre legislação precoce se encontra em fase de conclusão. Com isso, pretende-se detectar e sinalizar crianças em risco de alterações nas funções ou estruturas do corpo ou com risco de atraso de desenvolvimento, adequando este regime à legislação regional vigente e estabelecendo objectivos e regras de organização e funcionamento.

Destinada a crianças desde a detecção das limitações, das incapacidades ou dos factores de risco até à idade de ingresso na educação pré-escolar, esta nova legislação, projecto das Direcções Regionais da Educação e Formação, Segurança Social e Solidariedade e Saúde, destina-se, assim, a intervir e apoiar as famílias no acesso a serviços e recursos dos sistemas da segurança social, da saúde e da educação.

Também participou do encontro realizado pela Âncora – Equipe de Intervenção Precoce do Centro de Saúde de Angra do Heroísmo - o médico neuropediatra Nuno Lobo Antunes, diretor médico e coordenador das áreas de Neurodesenvolvimento e Neurologia do CADIn – Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil e autor de diversas obras sobre perturbações de comportamento em crianças.

EM ANGRA DO HEROISMO Nuno Lobo Antunes dá palestra sobre autismo
A União - 12/11/2011
http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=25975

Governo prepara legislação sobre Intervenção Precoce em saúde infantil
Correio do Norte - 29/112011
http://correionorte.com/governo-dos-acores/153970-gacs-governo-prepara-legislacao-sobre-intervencao-precoce-em-saude-infantil

Ultimada legislação sobre intervenção precoce
Jornal Diário - 30/11/2011
http://www.jornaldiario.com/ver_noticia.php?id=38369

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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pesquisa com síndrome de Timothy sugere causa para o autismo

Nova pesquisa, liderada pelos médicos Sergiu Pasca e Ricardo Dolmetsch, da Univeesidade de Stanford, usando células tronco de pluripotência induzida e transformadas em neurônios lança nova luz sobre o autismo. Neurocientistas da Universidade de Stanford, usando células da pele de meninos com a síndrome de Timothy, uma rara condição que tem, entre outros sintomas, um tipo de autismo muito intenso. A pesquisa Using iPSC-derived neurons to uncover cellular phenotypes associated with Timothy syndrome foi publicada na revista Nature Medicine.

Os pesquisadores partiram da hipótese de que, nessa síndrome, o autismo é causado por uma mutação que interfere na comunicação e no desenvolvimento dos neurônios, especificamente, nos canais de cálcio nas suas membranas celulares. O fluxo de cálcio permite que os neurônios acendam e a forma com que elé regulado é um fator central no funcionamento do cérebro.

Também foi descoberto que o crescimento das células cerebrais desses pacientes resulta em menos células que conectam as metades do cérebro, assim como se observou uma superprodução dos neurotransmissores dopamina e norepinefrina. Também se descobriu que é possível reverter esses efeitos com o bloqueio químico desses canais alterados.

Dolmetsch e colegas, usando células da pele de crianças com síndrome de Timothy, criaram meurônios, aparentemente usando a mesma técnica da equipe de Alysson Muotri. Em um meio nutriente, as células formaram uma estrutura tridimensional semelhante à que se imagina existir no cérebro. Observou-se que os neurônios assim formados têm, nas espinhas, níveis de cálcio maiores que o normal, sugerindo que estes teriam perdido a capacidade de desligarem-se. Esta situação traz dramáticas mudanças na sinalização neuronal, reconfigurando como os genes se expressam.

Pasca and Dolmetsch, então supuseram que o crescimento dos neurônios da síndrome de Timothy muito da enzima mais crítica para a produção de dopamina e norepinefrina, que tem importante papel no processamento sensorial e no comportamento social. A ideia pode dar pistas sobre o que causa os problemas vistos no autismo.

Para determinar se o aumento da enzima seria reversível, os neurônios foram tratados com uma substância que bloqueia os canais de cálcio deficientes, a roscovitina.

Houve perto de 70 por cento de redução na proporção de células a produzir a enzima, confirmando que os canais de cálcio deficientes eram os culpados no excesso de produção de dopamina e norepinefrina. Tal reversibilidade sugere que certas alterações celulares no autismo podem ser tratadas.

Dolmetsch alerta, entretanto, que a roscovitina não é autorizada para o uso em humanos e nunca foi testada em crianças. Tem sido usada em testes clínicos para o câncer de pulmão, quando são reportados náusea e outros efeitos colaterais.

“Os efeitos colaterais reportados provavelmente se devem ao fato de que, em adição a atingir os canais que sofreram mutação no autismo, a roscovitina também inibe as quinases que são necessárias para a proliferação das células,” ele explica. “Pensamos que a roscovitina é um bom ponto de partida, mas provavelmente prcisa ser otimizada antes de ser útil para o autismo.”

Using Skin-Cell Research to Probe Cellular Basis of Autism
http://psychcentral.com/news/2011/11/28/using-skin-cell-research-to-probe-cellular-basis-of-autism/31942.html


Las neuronas cultivadas a partir de células de la piel pueden dar pistas sobre el autismo
http://www.europapress.es/salud/noticia-neuronas-cultivadas-partir-celulas-piel-pueden-dar-pistas-autismo-20111128094435.html


Células da pele podem ajudar a entender autismo
http://www.boasnoticias.pt/noticias_C%C3%A9lulas-da-pele-podem-ajudar-a-entender-autismo_9034.html


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Niterói: I Jornada sobre autismo do CORA

O CORA - Centro de Otimização para Reabilitação do Autista - realiza, neste sábado, jornada de palestras sobre autismo.

Dia: 03/12
Local: Rua Almirante Teffé, 680 – Centro – Niterói(SENAC)

Palestras:

“Alunos Asperger com Altas Habilidades/Superdotação: o lugar do talento na Dupla Excepcionalidade” - palestrante: Cristina Delou

” A aquisição da leitura e da escrita a partir da Consciência fonológica” – palestrante: Mariângela Stampa

” O Floortime na visão da fonoaudiologia” – palestrante: Adriana Fernandes

Inscrições:
http://www.corautista.org
Tel: (21) 3287-1387/8491-8317/8491-8074

Investimento: R$ 20,00 por pessoa

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Homenagem a Walter Camargos Jr e Revista Autismo

Em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, o Vereador Leonardo Mattos, de Belo Horizonte, homenageará entidades e pessoas que se destacaram para o segmento. O Dr Walter Camargos Jr e a Revista Autismo estão entre os homenageados.

Local: Câmara Municipal de BH
Data: 03/12/2011
Horário: 18h00

Fonte: Isabela Vaz de Melo
Assessora do Vereador Leonardo Mattos
(31)3555-1192 / (31)3555-1193 / (31)8419-8236

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sábado, 26 de novembro de 2011

Novela da globo confunde lenda com autismo

Após anos insistindo com as emissoras de televisão para conseguir espaço e esclarecer a população a respeito das dificuldades e desafios que as pessoas autistas e seus familiares enfrentam, a notícia caiu como uma bomba entre pais e parentes da gente autista: a Globo, em sua próxima novela das seis, terá com0o personagem uma criança índigo - o que já está sendo divulgada como sendo marketing social a respeito do autismo.

As crianças índigo são uma lenda pós-moderna que associa um monte de referências da cultura pop nos seus aspectos mais místicos, afirmando que, na Era de Aquarius estariam encarnando pessoas de espírito superior, com dificuldades de se relacionarem - são assim chamadas porque apresentam aura azul e que teriam a missão de conduzir a Humanidade para uma Nova Era. Essa história está muito presente na internet, havendo sites e spams que afirmam que crianças autistas teriam poderes paranormais. Há, inclusive, um filme, Filha da Luz (Bless the child), significativamente lançado no ano 2000, que apresenta uma menina autista de espírito superior perseguida por uma seita maligna.

Essa notícia causa preocupação e consternação, pois servirá apenas para jogar mais desinformação para o público. Se a Globo quer escrever uma história com crianças índigo, que o faça, mas que não misture esse assunto com o autismo, uma questão real que afeta a vida de milhões de pessoas no mundo todo e que necessita de toda a ajuda possível.

De acordo com Fernando Oliveira, colunista do ig, 'Marajó', a próxima novela das seis, discutirá o autismo, e a atriz mirim Klara Castanho terá poderes paranormais em 'Marajó', próxima trama das seis na Globo. O que mais incomoda é que o jornalista afirma que o autismo será o próximo merchandising social da emissora. E detalha: "algumas das chamadas crianças-índigo, que (...) têm sensibilidade aflorada e até mesmo poderes paranormais, inicialmente são diagnosticadas como autistas ou portadoras da síndrome de Asperger. Ou sejam: têm comportamento um tanto introspectivo, mas também possuem habilidades como uma memória acima da média. É exatamente o que ocorrerá com a personagem que a pequena Klara Castanho viverá. Inicialmente, seu “dom” não será compreendido, até que ela passa a receber ajuda da jornalista Mariana, papel que caberá a Letícia Persiles."

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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A mudança do papel das mulheres em nossa sociedade está por trás do aumento no autismo nos últimos 30 anos?

| Michael Hanlon | 23 de novembro de 2011 |

A epidemia de autismo vista na maioria dos países ocidentais nos últimos 30 anos é um dos grandes mistérios médicos do nosso tempo.

A causa não pode ser alguma grande mudança genética - simplesmente não houve tempo suficiente para isto ter acontecido.

Nossas dietas não são extremamente diferentes e não há nada que sugira qualquer outro aspecto do nosso estilo de vida pode ser o culpado.

A bizarra hipótese de que certas combinações de vacinas dadas às crianças seria a culpada, já foi completamente desacreditada.

Uma "explicação" é, certamente, um excesso de diagnósticos; 50 anos atrás, falava-se em "autismo" de forma muito restrita, era considerado uma deficiência mental grave, da qual seus portadores estariam impedidos de assumir um lugar na sociedade.

Agora, crianças que sejam simplesmente um pouco obsessivas, ou que apresentem sinais de disfunção social, são rotineiramente rotuladas no "espectro autista" ou tendo "síndrome de Asperger".

Mas o diagnóstico escessivo não pode explicar completamente a ascensão - de 1-em-2500 nos Estados Unidos para cerca de 1 por cento hoje (com taxas semelhantes no Reino Unido).

Há alguns anos, o professor Simon Baron-Cohen (primo do comediante e ator Sacha), psicólogo da Universidade de Cambridge, veio a desenvolver a teoria de que algo chamado 'acasalamento seletivo' poderia ser pelo menos parcialmente responsável pelo aumento espetacular de diagnósticos de autismo.

A teoria afirma que, quando as pessoas com personalidade fortemente 'sistematizadora' - o tipo de pessoas que se tornam engenheiros, cirurgiões, especialistas em informática ou brilham em alguns aspectos do mundo dos negócios - se casam entre si e têm filhos, os efeitos desse tipo de "cérebro masculino" são geneticamente ampliados, aumentando as chances de gerar uma criança autista - que o Prof Baron-Cohen suspeita ter "cérebro masculino ao extremo".

Fortes "sistematizadores" são, muitas vezes um pouco obsessivos, perfeccionistas e dão grandes cientistas; muitas vezes são extremamente talentosos na música. Mas às vezes têm dificuldades para interagir socialmente com outras pessoas - uma combinação de características que podem misturar-se no suave final do espectro autista.

O Centro de Pesquisa de Autismo da Universidade de Cambridge agora está solicitando aos membros do público que são graduados, e a seus pais, que participem de uma pesquisa que vai investigar eventuais ligações entre desempenho educacional, o tipo de trabalho que exercem e como seus filhos se desenvolvem.

Especificamente, o novo estudo tentará descobrir se dois "fortes sistematizadores" de fato têm maior chance de gerar filhos autistas.

A teoria do Professor Baron-Cohen certamente é plausível.

Alguns dos mais fortes aumentos de diagnóstico de autismo foram encontrados no Vale do Silício, na Califórnia - onde talvez haja a maior população de sistematizadores de sucesso na Terra, as dezenas de milhares de técnicos, engenheiros e programadores que trabalham na indústria de computadores. Inevitavelmente, muitas dessas pessoas se casam (agora existem muitas mulheres trabalhando em TI, o que não era não o caso, há uma geração) e isso é uma boa, embora circunstancial, evidência da ligação entre sistematização e autismo.

Mas o que dizer de outros lugares? Por que o aumento no autismo em quase todos os lugares? Uma resposta poderia ser a mudança do papel das mulheres em geral, visto nos últimos 100 anos.

Até relativamente pouco tempo, ser excepcionalmente brilhante não era muito útil para quem fosse do sexo feminino. Na Inglaterra vitoriana, por exemplo, as oportunidades para uma mulher ganhar a vida através de suaa inteligência, por si só eram extremamente limitadas.

Segundo o Censo de 1901, havia menos de uma centena de médicas registradas em todo o Reino Unido.

Ir para a universidade era difícil e caro - a maioria sequer permitia que as meninas estudassem. Certamente havia poucas oportunidades de carreira em Engenharia ou Ciências.

A mulher poderia se tornar professora, governanta ou, talvez, se fosse excepcionalmente talentosa, ganhar a vida escrevendo, ou nas artes. A maioria das profissões eram fechadas, assim como o mundo dos negócios.

Mulheres inteligentes não eram sequer vistas como parceiras especialmente desejáveis. Os homens inteligentes ou ricos escolhiam noivas em razão da aparência, "criação", ou ambos.

Ter um QI de 140 provavelmente contaria contra. A imagem tradicional da "loura burra" pendurada do braço do político ou empresário bem-sucedido era um horrível clichê, mas tinha um fundo de verdade.

E em qualquer caso, as mulheres muito inteligentes seriam muitas vezes loucas se casassem. Até a década de 1880, mulheres britânicas que se casassem sequer podiam possuir seus próprios bens. Se tivesse um emprego, muitos patrões automaticamente despediriam uma garota no momento em que aparecesse com um anel de noivado. Assim, muitas mulheres inteligentes, "sistematizadoras", simplesmente não se casaram, ou o fizeram tarde e, provavelmente, tiveram menos filhos quando o casaram.

Agora, tudo mudou. Não apenas as barreiras legais e sociais para as mulheres trabalharem em condições de igualdade foram em grande parte desmanteladas, como também temos o fenômeno da desejável 'alpha feminina". Cinqüenta anos atrás, muitos homens tinham medo de mulheres inteligentes. Agora, cada vez mais, os machos alfa quer alguém igual a eles ou mesmo superior.

Cinqüenta anos atrás, pilotos de avião tipicamente masculino casavam com aeromoças. Agora, se casam com mulheres pilotos. Os médicos costumavam casar-se com enfermeiras, agora eles se casam com médicas.

As esposas de políticos bem-sucedidos são, cada vez mais, bem sucedido por si mesmas - e, claro, há muitas mulheres políticas bem-sucedidas.

O Professr Baron-Cohen assinala que "as fêmeas alfa" não são necessariamente fortes sistematizadoras.

Ser um político brilhante ou escritor não pode exigir um tipo de "cérebro masculino" geek que pode estar por trás do aumento do autismo.

Mas o fenômeno de casar-com-semelhante pode ter conseqüências completamente inesperadas que vão muito além da mera igualdade de oportunidades para as mulheres.

É uma teoria fascinante. Aguardamos os resultados do novo estudo com interesse.

Fonte (em 25/11/2011):
Is the changing role of women in our society behind the rise in autism in the past 30 years?

http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2064834/Is-changing-role-women-society-rise-autism-past-30-years.html

Informação complementar:
Mulheres entraram na ciência pela cozinha
| Elton Alisson | 16/11/2011 | Agência FAPESP |
http://agencia.fapesp.br/14780

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Salvador: Papo de Família SerDown

Convidamos Mariene e Argemiro, membros da AFAGA - Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista - para estar conosco no nosso encontro deste mês ,que acontecerá dia 23 de novembro próxima quarta-feira as 19:30hs na sede da SerDown - Av. Otavio Mangabeira 1683, Ed. Multiempresarial Nossa Senhora da Luz, sala 401 - Pituba (o prédio fica ao lado do estacionamento do San Filé - orla da Pituba, em frente à praça do antigo Clube Português).

Vamos trocar idéias e saber um pouco da experiencia do casal ao receber o diagnóstico de autismo do seu filho Gabriel e também entender um pouco mais sobre o autismo.

Diretoria SerDown

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Pai mata filho autista

| La Cuarta | Chile, 20/11/2011 |

Em Rancágua (Chile), Patricio Santibañez, de 61 anos, assassinou seu filho autista de 17 anos com golpes de martelo e punhal. A irmã do jovem encontrou o corpo pela manhã com marcas do ataque.

O autor do crime sofre de depressão desde a morte da esposa e teria cometido o ataque em estado de embriaguez. Segundo vizinhos, o jovem apresentava desnutrição, provavelmente por recusar os alimentos que lhe eram oferecidos, mas relatam nunca ter percebido episódios de violência.

Após seu ato, o pai tentou suicidar-se. Segundo o inspetor Juan Reyes, o homem "apresentava ferimentos de corte na sua região cervical e agora se encontran o hospital regional, onde se avalia seu estado".

O acusado permanecerá hospitalizado na qualidade de detido por mais três dias, até que seja formalizada a acusação.
Padre asesinó a su hijo autista a martillazos

Un brutal caso de parricidio se registró en Rancagua. Un hombre en estado de ebriedad mató a su hijo que padecía de autismo.

| La Cuarta | Chile, 20/11/2011 |

Un hombre de 61 años asesinó a su hijo de 17 que sufría de autismo. La hermana del joven encontró el cuerpo durante la mañana con heridas de brutales ataques, tales como martillazos y puñaladas.

El victimario fue identificado como Patricio Santibañez, quien habría cometido el crímen en estado de ebriedad. El hombre sufría de una depresión luego de la muerte de su esposa.

Según la versión de vecinos, el joven autista presentaba una desnutrición, pero nunca advirtieron episodios de violencia y atribuían el estado de la víctima a que nunca aceptaba la comida que se le daba.

Tras la brutal acción, Santibañez intentó quitarse la vida. Según el inspector Juan Reyes de la PDI, el hombre "presentaba heridas cortantes en su región cervical, ahora se encuentra en el hospital regional y se está evaluando su salud".

El imputado estará hospitalizado en calidad de detenido por tres días más hasta que sea formalizado por el crimen.

Padre asesinó a su hijo autista a martillazos
http://www.lacuarta.cl/noticias/cronica/2011/11/63-118573-9-padre-asesino-a-su-hijo-autista-a-martillazos.shtml


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UFSCar sedia evento sobre comportamento autista

| Elton Alisson |Agência FAPESP | 22/11/2011 |

A pesquisa sobre o autismo – uma disfunção global do desenvolvimento que afeta as capacidades de comunicação, socialização e de comportamento de milhares de pessoas em todo o mundo – vem obtendo avanços nos últimos anos que apontam para a melhoria no seu tratamento.

Alguns desses avanços serão discutidos entre os dias 9 a 13 de janeiro na Escola São Paulo de Ciência Avançada, com o apoio da Fapesp: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista (ESPCA: Autism), na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

O evento é organizado pelo professor Antônio Celso de Noronha Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar, em parceria com os pesquisadores Caio Miguel, da California State University, e Thomas Higbee, da Utah State University, nos Estados Unidos.

A escola reunirá 40 estudantes de graduação, pós-graduação e pós-doutorado do Brasil e 25 do exterior, que terão aulas com 31 pesquisadores consagrados nas áreas de genética, medicina molecular e tratamento comportamental do autismo, sendo nove brasileiros e 22 provenientes de países como os Estados Unidos, Canadá, Noruega e Espanha.

Entre os pesquisadores do exterior estarão Brian Iwata, da Universidade da Flórida, e Douglas Greer, da Columbia University, ambos dos Estados Unidos. Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, professora da Universidade de São Paulo (USP), e Alysson Renato Muotri, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, serão alguns dos professores brasileiros.

Bueno tem se dedicado a estudos na área de genética do autismo, realizando mais recentemente pesquisas com células-tronco para compreensão dos mecanismos genéticos associados ao distúrbio neurológico.

Muotri, que realizou mestrado, doutorado e pós-doutorado com bolsa da FAPESP, anunciou, no fim de 2010, ter conseguido acompanhar, pela primeira vez, o desenvolvimento de neurônios derivados de pacientes com comportamento autista (síndrome de Rett) e revertê-los ao estado normal. O pesquisador acredita que seu estudo abriu a perspectiva de, no futuro, reverter os sintomas do autismo.

“A pesquisa e o tratamento dos pacientes com autismo têm avançado muito nos últimos anos, principalmente em áreas como o desenvolvimento da linguagem e social. E não há, no Brasil, grupos de pesquisa bem estruturados nessa área, como existem nos Estados Unidos e na Europa”, disse Goyos, o organizador do evento, à Agência FAPESP.

De acordo com ele, apesar da excelência, as pesquisas realizadas no país na área são pulverizadas e têm maior ênfase no diagnóstico do que no tratamento dos pacientes, que, quanto mais cedo e de forma intensa for realizado, maiores e melhores são as chances de recuperação. Além disso, a capacitação dos profissionais que atuam no tratamento do distúrbio neurológico, nos níveis clínico e escolar, também é bastante deficiente.

Com base nessa constatação, a programação da ESPCA: Autism foi planejada para possibilitar tanto a formação e atualização de profissionais especializados no atendimento e tratamento de pacientes autistas no país, como também para fomentar a consolidação de grupos de pesquisa na área, especialmente no Estado de São Paulo.

“O único programa de pós-graduação dedicado totalmente à educação especial em todo o Brasil está na UFSCar. É preciso criar mais programas de pós-graduação como esse para atender à demanda e transformar São Paulo em um pólo de formação de pesquisadores nessa área”, sugeriu Goyos.

Aberta ao público

A sessão de abertura da Escola terá entrada livre para o público em geral. Após a solenidade, haverá um painel de discussão, composto por pesquisadores convidados para a Escola, que apresentarão perspectivas dos estudos nas três áreas que produzem o maior número de pesquisas atualmente sobre autismo: genética, medicina molecular e análise comportamental.

A programação do evento será composta por workshops e apresentações orais de pesquisas básicas e avançadas pelos pesquisadores e professores convidados, e sessão de apresentação de pôsteres pelos estudantes participantes.

Os interessados em assistir alguma das apresentações, que serão realizadas em inglês, sem tradução para o português, deverão solicitar a inscrição pelo e-mail espca.autism@gmail.com. As vagas são limitadas.

Mais informações: www.lahmiei.ufscar.br/espca

Fonte: Agência Fapesp

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Autistas ganham sistema de tecnologia assistiva


Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense, campus Aterrado, desenvolveram o software meaVOX, que permite a pessoas com dificuldade de comunicação se expressar. Com alguns toques na tela do celular, uma frase é montada e o celular "fala", em voz alta, o que foi escrito.

Desenvolvido pelo professor Gustavo Vicente Furtado, que é fisico, o programa permite que a pessoa selecione ícones na tela do celular, formando frases.

Por exemplo, ao pressionar-se o ícone eu quero, abrem-se outras opções, como brincar, comer, ir a algum lugar... Além disso, o seu criador explica que é possível configurar o programa de forma a ajustá-lo ao nível de conhecimento do seu usuário.

Ao que tudo indica, esse programa substitui com vantagens as figuras do PECS.

Leia mais:
Autistas ganham sistema de tecnologia assistiva
| Felippe Carotta | Diário do Vale | Volta Redonda, 13/11/2011 |
http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,48880,Autistas-ganham-sistema-de-tecnologia-assistiva.html



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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mentalmente superiores

09/11/2011 | William Raillant-Clark | Diário da Saúde |

Autismo não é deficiência


Em artigo publicado pela revista Nature, o Dr. Laurent Mottron, da Universidade de Montreal (Canadá), alerta: "precisamos parar de considerar que a estrutura cerebral diferenciada dos indivíduos autistas seja uma deficiência."

Segundo o cientista, as pesquisas revelam que muitos autistas têm capacidades e qualidades que frequentemente excedem aquelas dos neurotípicos:

- "Dados recentes, e minha própria experiência pessoal, sugere que é hora de começar a pensar no autismo como uma vantagem em algumas esferas, não uma cruz para carregar," afirma Mottron.

Leia mais:

Autistas são mentalmente superiores em vários aspectos
http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=autistas-mentalmente-superiores&id=7125


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Projeto equipara autista a portador de deficiência e cria política nacional

| Janary Júnior & Mariana Monteiro | Agência Câmara | 08/11/2011 |

Tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei 1631/11, do Senado, que cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e equipara os autistas aos portadores de deficiência. Atualmente as pessoas com o distúrbio não são reconhecidas como deficientes, o que limita o acesso a serviços públicos de saúde. Com a proposta, autistas e seus familiares terão direito à atenção integral à saúde.

O projeto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), define o "transtorno do espectro autista", nome clínico para a síndrome, traz os direitos dos portadores e as obrigações do poder público. O texto consagra que os portadores do distúrbio não podem ser submetidos à privação da liberdade, tratamento desumano ou degradante, e nem serem vítimas de preconceito.

Segundo o PL 1631, a Política Nacional de Proteção se pautará pela participação da comunidade na sua formulação e pela visão multidisciplinar do atendimento ao autista.

Convívio social

Um dos pontos principais da proposta é a garantia de inserção social dos autistas. O texto assegura, por exemplo, medidas de estímulo à entrada no mercado de trabalho – desde que respeitadas as limitações da síndrome –, acesso a atendimento multiprofissional e medicamentos, direito a acompanhante em escolas de ensino regular, e proteção previdenciária.

A proposta garante ainda o acesso a plano de saúde privado. Deste modo, a constatação da síndrome não poderá ser usada para impedir ou retirar pessoa do plano. O texto proíbe também que os portadores sejam internados em asilos.

Classes regulares ou especiais

O projeto torna obrigatória ainda a inclusão dos estudantes com transtorno do espectro autista nas classes comuns de ensino regular quando o estudante tiver condições para ser inserido. Assegura também o atendimento educacional especializado gratuito àqueles que apresentarem necessidades especiais e sempre que, em função de condições específicas, não for possível a sua inserção nas classes comuns de ensino regular.

Segundo o texto, o governo deve incentivar a formação e a capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis.

De acordo com especialistas, o autismo é um transtorno neurológico que afeta o indivíduo em três áreas: interação social, comunicação e imaginação. Não se sabe exatamente as causas que levam à síndrome e as características podem variar muito entre os indivíduos. De modo geral, o distúrbio aparece antes dos três anos. O portador tem dificuldade em manter contato social, se comunicar espontaneamente e realizar tarefas cotidianas. A linguagem é atrasada ou não se manifesta, nos casos mais graves. E o comportamento tende a ser repetitivo em áreas de interesse.

Tramitação

Antes de ir ao Plenário o projeto será analisado nas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; Seguridade Social e Família; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

PL-1631/2011

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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tratamento com vermes

O neurobiólogo Alysson Muotri relata, em seu blog Espiral, o caso de Stewart, pai de um jovem autista norte-americano que testou, com o controle de médicos, as larvas do verme Trichuris suis.

Alysson explica que há a evidências de que pelo menos um tipo de autismo seja causado por uma resposta autoimune da pessoa, em que o sistema imunológico ataca as próprias células, causando infecção nas células da glia e, consequentemente, os sintomas do autismo.

Constatando que a doença de Crohn, autoimune, estava sendo tratado através da infestação com esses vermes, conseguiu permissão da FDA, a agência norteamericana que controla a qualidade de medicamentos e alimentos, para testar o tratamento no próprio filho, Lawrence, de 13 anos.

O T. suis é um parasita do porco. Não consegue sobreviver muito tempo no intestino humano, mas provoca uma forte reação do sistema imune, permitindo que este "aprenda" a funcionar melhor - o que se chama de "modulação do sistema imune".

Com o apoio de pesquisadores do Albert Einstein College of Medicine, Stewart consegui comprar ovas de T. suis para tratamento de uma empresa europeia chamada OvaMed. Cada frasco contém 2.500 ovas que são administradas a cada duas semanas, por 600 euros por mês. As ovas tentam se alojar no intestino humano, um ambiente hostil; a maioria morre. Quando sobrevivem, dão origem a larvas que persistem no intestino por alguns dias. É nesse estágio que acontece a modulação do sistema imunológico.

Ainda que não se saiba como isso ocorre, é mais uma indicação de tratamento. No caso de Lawrence, o pai relata que os sintomas desapareceram por completo em 10 semanas.

Para saber mais, leia o artigo no blog Espiral, de Alysson Muotri:
Vermes contra o autismo
http://g1.globo.com/platb/espiral/2011/02/14/vermes-contra-o-autismo/

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