quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O que é 'brincar' para uma criança com autismo?


| Amy Norton | 27/8/2013 | HealthDay News |
Tradução: Argemiro Garcia

Quando têm liberdade para escolher, as crianças com autismo escolhem jogos e brincadeiras que envolvem os seus sentidos e evitam jogos que lhes pedem para representar, aponta um novo estudo.

Especialistas dizem que os resultados não são surpreendentes. É sabido, por exemplo, que quando as crianças não demonstram interesse em brincadeira, como "alimentar" uma boneca, em torno dos 2 anos, isso é, potencialmente, um sinal de um transtorno do espectro do autismo.

O que é único nesse novo estudo é que ele se voltou para o mundo real, explica a pesquisadora Kathy Ralabate Doody, professora assistente de educação especial na Universidade Estadual de Nova York, Estado de Buffalo.

Sua equipe observou por seis meses as crianças que frequentaram o programa mensal Au-some Evenings (Noites FantAUsticas, numa tradução livre) em um museu local, planejado para crianças com autismo. O programa oferecia 20 exposições com diferentes atividades, incluindo um trem em que as crianças podiam subir, artes e ofícios e uma fazenda de faz de conta, onde as crianças podiam fingir que escolhiam legumes e recolhiam ovos.

Os pesquisadores descobriram que as crianças com autismo foram naturalmente atraídas para atividades que os mantinha em movimento ou lhes permitiam observar objetos em movimento. O maior prazer para todos foi uma exposição em que as crianças subiam uma escadinha e deixavam cair uma bola em uma trilha para vê-la percorrer montanhas. Outro favorito foi um moinho de vento que as crianças pudessem girar.

Por outro lado, artes e artesanato, e as exposições em que necessário fingir foram os menos populares, de acordo com os resultados, que foram relatados em uma edição recente da revista North American Journal of Medicine and Science.

"Sabemos que as crianças no espectro têm fascínio com coisas que se movem e com a repetição", explicou Doody. Por outro lado, disse ela, jogos de fingir pedem para "colocar-se no lugar de alguém", falando e agindo como se fosse outra pessoa. Essa é uma habilidade que crianças com transtornos do espectro do autismo lutam para desenvolver.

Os resultados atuais batem com o que se esperava, diz Dana Levy, professora clínica assistente de psiquiatria da criança e do adolescente da NYU Langone Medical Center, na Cidade de Nova York.

- "Penso, realmente, que é uma boa idéia", afirmou Levy, referindo-se ao programa para transtornos do espectro do autismo do museu. - "Sabemos que crianças com autismo demonstram habilidades sociais quando estão fazendo o que gostam" -, explicou. Assim, se uma atividade faz seu filho se aproximar de outras crianças - e falar ou aprender a se revezar, por exemplo - poderia beneficiar seu desenvolvimento.

- "Porém, se a atividade vira uma coisa solitária, não é realmente útil", lembra Levy. Além disso, deixar as crianças fazerem apenas as coisas por que são naturalmente atraídas pode ser limitante. Quando as crianças com transtornos do espectro do autismo estão em terapia, jogos de faz de conta são típicos, ela afirma.

Mas se há um ambiente social com atividades de que uma criança com autismo goste, os pais podem usar isso como uma porta, continua Levy. Se o seu filho gosta de subir as escadas de uma exposição do museu, na próxima visita, diga-lhe que vão tentar uma coisa nova primeiro e, depois, irão para as escadas, sugere.

Estima-se que cerca de uma em cada 88 crianças tem algum transtorno do espectro do autismo - um grupo de transtornos do desenvolvimento que dificultam a capacidade da pessoa se comunicar e interagir socialmente. Perturbações do espectro do autismo variam amplamente em termos de gravidade: algumas crianças pouco falam e têm uma intensa preocupação com poucas coisas, enquanto outras têm a inteligência normal ou acima do normal e leves problemas de socialização.

Para este estudo, a equipe de Doody observou crianças durante seis eventos do Au-some Evenings. Uma média de 31 crianças com transtornos do espectro do autismo e 22 sem (geralmente irmãos) participaram de cada noite. Uma limitação da pesquisa, explica Doody, é que não tiveram informações médicas sobre as crianças, incluindo a gravidade do seu autismo.

Doody, que tem um filho com transtorno do espectro do autismo, disse que seria útil se mais lugares públicos fizessem eventos como esse, uma vez que os pais podem ter dificuldades em encontrar atividades de que toda a família participe - especialmente se também têm crianças sem autismo. Ela acredita que estes resultados podem ajudar os programas da comunidade a desenvolver atividades inclusivas para que as crianças com autismo tenham mais chance de interagir com crianças com desenvolvimento típico.

- "Estar em um ambiente social é ótimo para eles", disse Levy.

Mesmo que o museu local não tenha um programa especial, diz ela, pode ter algo que interesse ao seu filho. If he or she likes to look at maps, for instance, a museum or park that has maps scattered throughout might be a good place to start. Se ele ou ela gosta de olhar mapas, por exemplo, um museu ou parque que tenha muitos mapas pode ser um bom lugar para começar.

What is 'play' to a child with autism?
http://www.philly.com/philly/health/mental-health/HealthDay679575_20130827_What_Is__Play__to_a_Child_With_Autism_.html


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